quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

REFERÊNCIAS


Vocês já notaram o quanto é importante uma referência? Já ouvi falar de pessoas que embora com currículos extensos e bem capacitadas não conseguiram a vaga de emprego as quais estavam pleiteando. Outro  momento onde a referência se torna importante é para chegarmos à um determinado endereço. Se a rua é enorme e desconhecemos tal número é mais fácil se dissermos “tal número fica em frente à Lanchonete Fominha”, e, se acha o tal endereço. Os sistemas de medidas também tem as referências: quilo, litro, metro...

Porque estou falando de tudo isto? Para que notemos que o preço de alguns elementos que fazem parte do nosso dia-a-dia se apresentam com um preço exorbitante e totalmente fora da realidade. Um exemplo que está na gôndola dos mercados, o orégano. Recentemente verifiquei que uma embalagem de 3g pode ser encontrada por até R$1,99. As embalagens variam de 3g à 10 g. Pude verificar que um quilo de orégano teria o preço de R$663,33 (seicentos e sessenta e três reais e trinta e três centavos). Seria o orégano uma iguaria tão refinada para custar o quilo mais que um salário mínimo?

Existem famílias que subsistem com o numerário inferior à um quilo de orégano.

Outra aberração é o preço da tinta de impressora dos cartuchos originais. O cartucho preto da impressoar HP 92 pode ser achado à partir de  R$45,00, com 5ml. Isso quer dizer que o litro da tinta preta dessa impressora fica por R$9.000,00 (nove mil reais). Com esse dinheiro da para comprar várias impressoras, ou 8 notebooks, ou 9 computadores... O impressionante é que cada vez mais produzem impressoras mais baratas com cartuchos cada vez mais caros. Fecha-se o cerco aos poucos remunerados e esgotam-se as opções de uso razoável das coisas.

Porque essas coisas acontecem? Certamente porque não reclamamos. E, por que não reclamamos? Porque não percebemos. E não percebemos porque não temos a referência certa. Deveríamos pedir que fossem colocados por força de lei nas embalagens as referências nos produtos que compramos, pra saber o quilo do orégano, do chá e da folha de louro; para saber o litro da tinta para impressora, do perfume importado, do esmalte e do remédio; para saber do metro quadrado da fita isolante e do band-daid, e etc.

Enquanto não tivermos olhos para ver e voz para exigir, continuaremos somente com os olhos de chorar e a crescente privação de sentidos, já que aos poucos as coisas estão ficando tão caras que não chegam à nossas mãos.

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